Que significa desemprego? Que significa ter 20% de taxa de desemprego? O primeiro-ministro espanhol, Sapateiro, afirmou ontem numa conferência sobre emprego com máximos representantes de organismos internacionais, entre eles o FMI, que os quase 5 milhões de desempregados em Espanha não eram parados (estranha e significativa palavra usada vulgarmente em espanhol ibérico para dizer desempregados), porque uma pessoa desempregada em Espanha (presupondo que se está a formar naqueles cursos que o ministério oferece), não está desempregado,“está a trabalhar para o seu país”. O director do FMI, Strauss-Khan, e os que rodeavam ao espanhol, entre eles o seu homólogo grego e a presidenta de Libéria, não davam crédito a tal surrealismo. E aqui, a gente não sabia se rir, ou chorar, ante tal absurdo. O lógico é que já ninguém acredite que o “presidente” realmente acredita o que diz... E o trágico e terrorífico consiste em que, na verdade, sim acredita o que diz, e que pense que os “parados” espanhóis (a metade do número total da Europa) estão contentes por sentir que estão a trabalhar para o seu país.
Além disto, Zapatero concluiu com que Espanha é e deve ser um laboratório para experimentar com esse paradigma. Ou seja, 5.ooo.ooo de guinea pigs... O que se negou a dizer foi que, pouco tempo antes das últimas eleições, o meio milhão de desempregados fazendo estes “cursillos” não contava nas listas oficiais como desempregados. Assim é como os políticos maquilham as cifras reais, muito mais dramáticas.
Em Oslo, seria mais sensato dizer enfrente de Strauss Kahn que uma parte desses quase 5 milhões de “parados”, por exemplo, sim trabalham, mas na densa economia submergida que todos conhecemos, mas que Zapatero (por ter passado de colar posteres para as juventudes socialistas a ser Presidente do Governo) talvez não conhece em detalhe .
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