
A maior parte dos média europeus (Le Equipe, sobre tudo) que comentaram sobre este assunto, demonstraram não só o seu grau de sensacionalismo, mas também a sua escassa preocupação com as consequências das suas notícias baseadas em rumores (nomeadamente, falta de escrúpulos). Os que publicaram de forma exclusiva e em primícia estas notícias sem rigor nem ética, foram extremamente malintencionados. E os pequenos jornais que fizeram o eco destas notícias, e que se limitaram a “cortar e colar” as frescas e feias notícias do L'Equipe ou do New York Times, foram uns simples aproveitados que sempre vão em direção a onde vai o vento.
Estes jornais, se calhar, são o reflexo do público. Ou vice-versa. deram carne roxa ao público carnívoro cheio de sede por converter em vilões aos que foram heróis, talvez como se o público, no seu papel de verdugo, precisasse de uma vítima fácil para preencher as suas frustrações. Não interessa se o este público alguma vez se tem interessado pelo ciclismo, ou se sabe quem ganhou a edições do Tour de Franca da última década. O importante é encontrar um culpado. Esta é a sensação que me dá o ter que testemunhar os julgamentos “populares”. A imprensa, e a grande massa do público tao crítico como cobarde, desta vez foram a Inquisição.
Na página do jornal i (Portugal) no Facebook, por exemplo, vários minutos após comunicar o escândalo de dopagem, dezenas de usuários começaram a fazer comentários de mau gosto e ataques pessoais, insisto, sem existir quaisquer provas ou evidências oficiais sobre a culpabilidade do ciclista. Comentários próprios de gente sedenta de culpados. Ou cheios de cargas acumuladas de inveja.
Aqui, não só confiamos em Contador, senão que o admiramos, aconteça o que acontecer. Porque é um ciclista extraordinário. Porque é uma excelente pessoa. Mas a imprensa, ainda que seja desportiva, não repara nisso. E o público, não quer reparar. Quanto pior, melhor.
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